Crise social

Crise social: o que é? Estamos a caminho de uma?

Uma crise social costuma ser precedida de sinais quase sempre idênticos, dentre os quais a insegurança pública é um dos mais expressivos. 

Como um direito humano natural, considerado pela Constituição Federal Brasileira de 1988 como fundamental, a Segurança Pública costuma se corroer rapidamente como um sinal claro de um caos social. 

Desse modo, sem ordem pública e o monopólio da força garantindo o cumprimento das leis, a sociedade volta a seu ‘’Estado de Natureza’’ descrito pelo filósofo inglês Thomas Hobbes.

Diante deste contexto, conforme o mesmo pensador contratualista, o ‘’homem é o lobo do homem’’

Isso é, a sociedade volta a se reger pelo jugo do mais forte, restando completamente disfuncional e fatalmente injusta.

Mas afinal, como analisar e identificar os sinais de uma crise social? Ainda mais, o que você pode fazer para se proteger quando a sociedade que conhece está em xeque?

Prossiga para entender! 

O que é Crise Social?

Uma crise social pode ser definida como o ponto de inflexão em uma sociedade a partir do qual se evidenciam graves interrupções na ordem pública, política, ou econômica de uma nação.

Nesse sentido, a crise social pode se desdobrar no tempo, desenvolvendo-se de maneira gradual, ou se desdobrar de maneira mais acelerada e súbita.

Suas causas são inúmeras, e podem definir a velocidade da degradação da ordem social da nação em xeque.

Entretanto, todas apresentam efeitos comuns, como a insegurança pública.

Dentre as principais causas da crise social, podemos citar:

  • Crise política: trata-se da descredibilidade dos entes políticos enquanto dirigentes da vontade popular, e o consequente desgaste de órgãos públicos. Podem-se evidenciar na crise política a instrumentalização de órgãos de estado, a revolta popular de massa contra a classe política, e a ausência de zelo pelas contas públicas;
  • Crise institucional: a subdivisão do Estado em três poderes independentes e harmônicos entre si (idealização do filósofo Montesquieu) foi incorporada pelas democracias modernas como maneira de garantir o controle e a auto regulação do poder exercido. Nesse sentido, um sinal forte de crise social nas grandes democracias, costuma ser a ingerência e subversão dos três poderes entre si, escapando das suas atribuições legais e incorrendo em abuso de autoridade; 
  • Crise econômica: o aumento desenfreado da inflação, o desemprego em ritmo acelerado, o encolhimento do PIB per capita e IDH e uma grande recessão econômica podem contribuir para a disfunção social de um país;
  • Crise de origem natural: por outro lado, cada sociedade está suscetível a intempéries de ordem natural, como tempestades, furacões, terremotos, ou mesmo crises de saúde pública como epidemias. 

Todas essas causas, sejam isoladas ou combinadas, contribuem para a concretização de uma crise social – cujo subproduto é a insegurança pública e, muitas vezes, a total ausência da ordem.

E é justamente sobre essa relação entre crise social e Estado que nos aprofundaremos agora.

Crise Social e Estado: quando o Poder Público falha

A crise social é um tremendo desafio para o Estado, cuja intervenção deve ser imediata e eficaz, sob risco até mesmo da sua existência ou manutenção.

Afinal, tão tarde seja a sua resposta, mais instável e dificilmente controlável será a crise social.

Como exemplo recente que podemos utilizar como estudo de caso, está o Equador, país sul-americano cuja instabilidade política e institucional geram sinais de uma crise social.

Em agosto deste ano, Villavicencio, candidato à presidência do Equador e ex-jornalista investigativo sobre o tráfico de drogas, foi assassinado a tiros quando saía de um comício dias antes do primeiro turno das votações.

Na realidade, há suspeitas graves da influência do narcotráfico na classe política, uma das razões pelas quais a violência criminosa e a descredibilidade política marcaram tais eleições.

Exemplos similares, infelizmente, podem ser encontrados em outros países da América Latina.

E onde há a falência da autoridade pública, há a sua substituição por grupos paraestatais, organizações criminosas e outras formas de poder ilegítimas e abjetas

Estamos à beira de uma crise social? Outros 3 sinais para analisar

Crise Social

Impunidade

A impunidade pode ser um dos principais sintomas de uma crise social, e estão conectados à falência da ordem pública, causada por sua vez pela descredibilidade do Poder Judiciário e Legislativo

De acordo com o grande filósofo e jurista Cesare Beccaria:

Torniquete Desmodus

Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas.


‘’A perspectiva de um castigo moderado, mas inevitável, causará sempre uma impressão mais forte do que o vago temor de um suplício terrível, em relação ao qual se apresenta alguma esperança de impunidade

O autor, em trecho da sua obra clássica ‘’Dos Delitos e Das Penas’’, contrapõe às penas de morte ou tortura (à época vigentes), penas moderadas, mas justas e inescapáveis

Entretanto, em um país que beira uma crise social, a impunidade não apresenta nem suplícios terríveis, tampouco penas moderadas, mas tão somente a vaga possibilidade de uma breve estada no cárcere

Desse modo, a mente criminosa, motivada pela esperança de uma grande recompensa e um baixo risco, encontra abrigo sob a impunidade para progredir na escala dos seus delitos.

Retrato disso, na realidade brasileira, se dá pela afirmação popular de revolta ‘’o crime compensa’’.

Segurança Pública

A Segurança Pública é um direito basilar, exercido pelas autoridades oficiais para preservar a Ordem Pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, público ou privado.

Desse modo, cabe às autoridades de segurança pública constituídas no Estado, fazer cumprir a lei e garantir a ordem pública em todo o território onde exerça soberania.

Por isso, quando grupos paraestatais superam a capacidade operacional das forças de segurança, ou por outras razões, as forças estatais se veem inaptas a operar, garantindo a segurança pública, o tecido social se compromete cada vez mais. 

Daí em diante, pode-se observar o aumento do cometimento de crimes graves, como o homicídio, latrocínio, entre outros.

E por falar em Soberania Nacional, vale a reflexão: o que é e quando ela está em xeque

Será que o Brasil, por exemplo, realmente exerce sua soberania em todo o seu território?

Soberania Nacional

Max Weber, grande intelectual alemão e um dos fundadores da Sociologia, define em sua obra o Estado como a:

”[…] Comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território – a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado – reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física” .

Portanto, para considerar se um Estado é soberano, é preciso que o mesmo exerça o monopólio da força sobre todo o seu território sobre o qual é legítimo. 

E nesse sentido, será que o Brasil é realmente soberano nos seus 8.510.000 km²? 

Ele detém o monopólio da força em toda a sua extensão territorial?

Segundo o professor e cientista político Heni Ozi Cukier, a resposta é não. 

CUKIER, Heni, ”Geopolítica dos Estados Falidos”. 

Dentro dessa definição do Weber, tecnicamente, não temos o Estado […] Temos outros grupos, organizações criminosas, exercendo essa força.

De fato, a prevalência de regras impostas à força por organizações criminosas assola várias porções territoriais no Brasil, onde o Estado não exerce, mas perde o exercício legítimo da força.

O mesmo se pode verificar, infelizmente, em outros países como Bolívia, Equador, dentre tantos outros. 

Como se preparar para uma Crise Social?

Embora seja difícil escapar das consequências de uma crise social, é possível se prevenir, preparando-se ao máximo para mitigar seus efeitos sobre si e a sua família. 

E nesse sentido, a primeira arma é a informação

Por isso, confira a seguir alguns exemplos de ações que você pode tomar a partir de agora para estar mais preparado para uma crise social.

  • Treinamento físico focado em condicionamento e defesa pessoal;
  • Reserva inteligente de alimentos (grãos, água, frutas desidratadas, massa, etc);
  • Treinamento e estudo de APH (Atendimento pré-hospitalar);
  • Análise e estudo do ambiente ao seu redor (política, economia, lei, etc);
  • Posse ou porte de arma de fogo, junto à capacitação para o seu manuseio;
  • Reserva de dinheiro e proteção do seu capital.

No artigo de hoje, você entendeu o que é uma crise social, sua relação com o Estado e quais os seus principais sinais, isso é:

  • Crise política;
  • Crise institucional;
  • Crise econômica;
  • Crise de origem natural;
  • Impunidade;
  • Segurança Pública;
  • Soberania Nacional.

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