Escolher o melhor calibre para defesa é tão importante quanto a escolha da própria arma de fogo.
Afinal, se você leva a sério sua defesa, sabe que não há espaço para incertezas quando a sua Segurança está em Xeque.
Por isso, entenda hoje como escolher o seu melhor calibre para defesa, seus critérios de escolha, e as verdades escondidas atrás de mitos populares!
Existe o melhor calibre para defesa pessoal?
Antes de escolher o melhor calibre para defesa, é necessário levar em conta que a preocupação com essa questão é antiga, principalmente para a Segurança Pública.
Nesse sentido, vale ressaltar o trabalho do FBI (Federal Bureau of Investigation), o qual se debruçou sobre o assunto com um grande estudo.
Tudo teve seu estopim após o grande tiroteio de Miami, 1986, quando dois agentes foram mortos e 5 ficaram feridos em uma ocorrência com dois criminosos em um assalto a banco.
Após o episódio, o FBI iniciou tal pesquisa, resultando em um protocolo minucioso para a escolha de calibres de munições, então chamado FBI Ammunition Protocol.
Em suma, os testes realizados pelo FBI visavam medir três variáveis principais: penetração, diâmetro e massa (sendo a primeira, a mais prioritária).
Para isso, disparava-se contra gelatinas balísticas antepostas a barreiras como blocos de concreto, roupas pesadas, paredes, etc.
Desse modo, o estudo indicou a tendência de melhor penetração de calibres como o .9x19mm.
Em suma, há alguns critérios objetivos que devem ser levados em consideração quando da escolha do melhor calibre para defesa:
Desempenho Balístico
O desempenho balístico da munição é uma das variáveis mais importantes para selecionar o calibre para defesa.
Nesse sentido, uma boa munição para defesa deve considerar duas principais características: a massa (medida em grains) e o formato do projétil.
Isso, sobretudo quando falamos de calibres de baixa velocidade, como pistolas e revólveres, isso é, com velocidades abaixo de 210m/s.
Controle do recuo
O controle do recuo interfere diretamente na capacidade de recuperação e engajamento do alvo após o disparo.
Por isso, é crucial experimentar a arma de fogo para defesa em diversos calibres.
Entretanto, são calibres com recuos sabidamente melhor controláveis:
- .9×19 Luger
- .38 SPL
- .380 Auto
Capacidade da arma
A capacidade da arma, isso é, o quanto o seu carregador é capaz de armazenar munições, é outro fator fundamental na escolha do melhor calibre para defesa.
Afinal, o índice de acertos durante um confronto armado é baixo, mesmo entre excelentes operadores.
Portanto, ainda que esteja em dia com o seu treinamento, leve em consideração esse fato guerreiro: quanto mais munições, melhor.
Entretanto, no momento do combate, são muitas as variáveis que irão incidir sobre o êxito na defesa, como nível de treinamento tático e teórico, mentalidade de combate, entre outros.
Por outro lado, a escolha do calibre deve levar em consideração, além do exposto até aqui, alguns outros fatos, que demandam a desconstrução de mitos populares.
Mitos e Verdades dos calibres para defesa
Como dizíamos, o calibre da arma, por si só, não significa a incapacitação imediata da ameaça.
Isso é, retirar definitivamente o agressor do combate, ainda que ele esteja com o estado mental alterado, ou empenhado em prosseguir na ação criminosa.
Nesse sentido, os mitos devem dar lugar aos fatos, para que possamos seguir em frente:
- Stopping Power: é um conceito insistente, ultrapassado e fantasioso, reforçado pela indústria cinematográfica dos anos 80. Na verdade, o Stopping Power parte de princípios errados, considerando a transferência de energia cinética como fator incapacitante, ao passo que essa sequer é a grandeza correta a se utilizar no contexto da Balística de Combate.
- O que não resolvo com 1, não resolvo com 5: ditado popular estúpido, que busca reforço no conceito anterior. Raramente um único disparo cessará a ameaça, salvo em caso de incapacitação psicológica ou acerto no tronco cervical.
- Quanto maior o calibre, mais letal: não necessariamente. São três os fatores determinantes para a incapacitação física (tríade): localização, penetração e diâmetro da lesão.
- Escolha o maior calibre: outros fatores entram em jogo, além dos citados acima. Vale a pena voltar ao básico: a empunhadura da arma é boa na sua mão? Qual a capacidade da arma? Ela é facilmente velada no seu corpo? Sob adrenalina, quanto melhor a capacidade, maiores as chances de acerto. Nesse contexto, contar somente com uma pistola no calibre .45 ACP, com um carregador monofilar comportando poucas munições, pode não ser a melhor escolha.
Entendido, combatente?
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